sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

2005/2008

caminho sobre pontes
que já foram destruídas
passeio em salas de museu
com telas rasgadas
olho para montras de lojas
há muito fechadas
as minhas lágrimas
há muito choradas
dos meus olhos
que com os anos
endureceram, secaram
cheios de todos esses nadas
li o mesmo jornal
todos os dias
durante anos
ouvi a mesma canção
todos os dias
tudo o que pôde
ali parou
tudo o que conseguiu
continuou
linhas e linhas
de toda a sanidade e loucura
me passou pelas folhas
pintei todos os meus demónios
e alinhei-os
página a página
eu
posso não saber quem sou
às vezes
mas sou poesia

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