quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Lisboa

o caminho estreita-se
desenha-se
o nevoeiro desce
adensa-se
a noite instala-se
a cantora na sala ao fundo
chega à nota mais alta
alguém se arrepia
riu-se aquela boca
que há muito não ria
a garrafa ficou vazia
alguém desligou a luz
quando acabou o dia
o nevoeiro descia
luzes na cidade suja
plena de movimento
constante
perpétuo
em Lisboa
nunca se fecha a porta
e arruma o dia

Metro : Parque

desci as escadas
e vi aquela frase
perdida
deixada
esqueci-a também
para quando puder ser recuperada