terça-feira, 25 de novembro de 2008

paralisada

tenho medo do que já possuí e se esfumou. tenho medo do que quis construir e já não consigo. tenho medo deste medo que me paralisa, medo desta memória que me trai. tenho medo que não acreditem que, neste momento, não consigo mesmo mas não consigo mesmo. tento, tento, volto a tentar e perco-me em textos densos, que não compreendo. esforço-me, mesmo quando a ansiedade me paralisa mas nem sempre chega. nem sempre consigo fazer o trabalho que devia. esforço-me e a minha mente está vazia.

domingo, 23 de novembro de 2008

para o meu pai

uma carta é uma ponte entre duas pessoas que se amam e às vezes não se entendem.as palavras como abraços e beijos, procurando chegar ao que se achava perdido.
uma carta tem uma impressão digital, diz mais que a palavra oral, brota do desejo de recuperar o entendimento perdido.
aquela carta foi o começo, daquilo que já estava a ser dolorosamente esquecido.
o esquecimento como forma de amansar a dor mas nunca efectivo.
não é possível esquecer o amor, não é possível apagar o amor entre pai e filho.
amo-te para sempre, como sempre, desde sempre.