segunda-feira, 17 de setembro de 2007

certezas a cair

ia dizer
tiveste de ir
o que ia sair
era aquilo
que se calhar
não querias ouvir
sou tua amiga
mas sinto aquela inquietação
do sentimento a subir
as certezas a cair
eu a chorar
tu a rir
sem saber
sem sentir
mas esquivas-te
como se a vida falasse
sem dizer
que o que quero falar
devo esconder
quero-te contar
não quero este peso
quero dizer
será que devo dizer?
vais entender?
quero-te tanto
como se o mundo escurecesse
esfriasse
sem te ver
mesmo sabendo
que não é esse o teu querer
quero-te dizer
não quero guardar
não quero esconder
não quero perceber
o que a vida me anda a querer dizer

uma tela vazia

eu não sabia
vagueava de sonho em sonho
eterna fantasia
sentimentos recalcados
sonhos apagados
pontual agonia
eu não sabia
quando vi que era de noite
já era de dia
a vida fugia
vi que estava programada
para ser vazia
eu não sabia
e não queria
não era assim que eu me via
deitada na vida
sem magia
eu só te queria
o amor incondicional
de uma mula cega
eu não me quereria
eu não me amaria
quem é que pode gostar
de uma tela vazia?

domingo, 2 de setembro de 2007

e como um rio te deixo correr

eu sei que falho
já sei que erraste
eu sei que fui um atalho
um caminho para lado nenhum
agora, mais uma vez
calas
foges
que é que és?
um cobarde
comigo
podias falar
catarse
desabafar
força
ideias a fluir
o que é isso?
mais uma vez estás a fugir
achas que te quero magoar?
que te quero prender?
já devias saber
que sou clara como a água
e como um rio
te deixo correr