domingo, 30 de dezembro de 2007

Tela Vazia by F

- + ` /%$%%&& ~---- ' )/& " diz:
k as telas vazias não sao vazias
- + ` /%$%%&& ---- ' )/& " diz:
pk o desenho ja' la' tá se o souberes ver
- + ` /%$%%&& ---- ' )/& " diz:
e é só passar por cima depois
- + ` /%$%%&& ---- ' )/& " diz:
pra lhe dar vida
- + ` /%$%%&& ---- ' )/& " diz:
foi o que me disseram
- + ` /%$%%&& ---- ' )/& " diz:
se se vir o desenho pode-se gostar de uma tela vazia

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

witty me

Corporate Slave diz:
you don't just l00k for the perfect person
Corporate Slave diz:
you l00k for the person that makes you feel just perfect

sábado, 22 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

por cima de reticências

não gosto de mal-entendidos
meias palavras em amargura
quero ter sempre tudo bem resolvido
chega de retroactivos
pendências
não gosto de avançar
por cima de reticências
de coisas que nunca se disseram
sentimentos que se deitaram fora
por falta de tempo
de coragem
de oportunidade
de vida
beijos deitados fora
abraços para o lixo
olhares que nunca se trocaram
com aquele brilho que não houve
onde foram?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Assim

não há paz para mim
os dias mordem-me
deixam-me em pulgas
assim
sou um boneco
indo ao sabor
nas mãos de uma criança
que não me quer
e um dia me vai deixar
num canto
sem querer mais brincar

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

certezas a cair

ia dizer
tiveste de ir
o que ia sair
era aquilo
que se calhar
não querias ouvir
sou tua amiga
mas sinto aquela inquietação
do sentimento a subir
as certezas a cair
eu a chorar
tu a rir
sem saber
sem sentir
mas esquivas-te
como se a vida falasse
sem dizer
que o que quero falar
devo esconder
quero-te contar
não quero este peso
quero dizer
será que devo dizer?
vais entender?
quero-te tanto
como se o mundo escurecesse
esfriasse
sem te ver
mesmo sabendo
que não é esse o teu querer
quero-te dizer
não quero guardar
não quero esconder
não quero perceber
o que a vida me anda a querer dizer

uma tela vazia

eu não sabia
vagueava de sonho em sonho
eterna fantasia
sentimentos recalcados
sonhos apagados
pontual agonia
eu não sabia
quando vi que era de noite
já era de dia
a vida fugia
vi que estava programada
para ser vazia
eu não sabia
e não queria
não era assim que eu me via
deitada na vida
sem magia
eu só te queria
o amor incondicional
de uma mula cega
eu não me quereria
eu não me amaria
quem é que pode gostar
de uma tela vazia?

domingo, 2 de setembro de 2007

e como um rio te deixo correr

eu sei que falho
já sei que erraste
eu sei que fui um atalho
um caminho para lado nenhum
agora, mais uma vez
calas
foges
que é que és?
um cobarde
comigo
podias falar
catarse
desabafar
força
ideias a fluir
o que é isso?
mais uma vez estás a fugir
achas que te quero magoar?
que te quero prender?
já devias saber
que sou clara como a água
e como um rio
te deixo correr

domingo, 19 de agosto de 2007

tudo na nossa pele

os nomes substituem-se
as caras
os cheiros
os dias
fantasmas de pessoas que já morreram
ou que já não voltam
é igual
todos nós morremos tantas vezes
em cada vida
o homem que chega à campa
não é o homem que era à partida
na despedida
somos nós
e um somar
subtrair
multiplicar
e dividir
de pessoas
de renascimentos
de perdas
tudo na nossa pele
no nosso sangue
até ao último momento.

sábado, 18 de agosto de 2007

uma solidão muito minha

O que me leva a pensar
presenças
ausências
acabamos sempre por estar um pouco sózinhos
mesmo quando acompanhada
mesmo na cama de casal
há aquela solidão
mesmo na vida em comum
há silêncios
em todos os minutos da minha vida
me senti diferente
e igual
como se presa a qualquer coisa
presa a uma solidão muito minha
como uma sombra
nem acompanhada deixo de me sentir sózinha
acho que tenho ansiedade de separação
preciso de sentir a pessoa muito próxima
muito tempo
para a sentir minha
para me sentir dela
já fui tão diferente
tão feliz
tão despreocupada
não pensar em quase nada
a vida era simples
o dia era cheio
o tempo passa
passa uma década
passam duas
e nós críamos raízes
quando podemos voar
pousar em todo o lado
visitar
sinto que estou parada
sem fazer nada
quando podia estar a produzir
e a lutar
e não me estava a lamentar
a divagar
nas ironias
a tentar fazer um sentido
no que já foi feito
já foi resolvido
acaba por não ter sido resolvido
foi porque lá ficou
mas não foi porque não consegui ainda articular
quando fizer sentido
eu arrumo
não falo mais
eu quero é perceber

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

insónia

não sei se me envergonhe
se volte à minha vida em silêncio
me feche nos meus dias
nas minhas coisas
para esquecer que gostei tanto de estar contigo
de te ouvir respirar
de me abraçares,
ensonado
já levado pelo impulso
sem vontade própria
de me olhares nos olhos
e dizeres
as coisas mais acertadas
e mais disparatadas
para nos rir-mos
esquecer isso tudo
e o que não quero
e o que não consigo dizer
deixar de falar contigo como falava
porque não consigo
ultrapassou-se qualquer coisa
que não devia ter sido ultrapassada
e a solução
é fingir que nada se passou
que não te conheço
sinto-me desfeita
a desgraça perfeita.