quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

puzzled like a jigsaw

tudo concentrado
tudo voa
a alma à toa
ocupa
a tua cabeça
aquela promessa
aquela cor
aquele dia
ocupa o que antes
estava disperso
numa concentração
ensaiada
na espontaneidade
a verdade
o que é a verdade
acho que não estou aqui
nesta cidade
acho que me fundi
com o ambiente
com o que é frio
feio
quente
será que falo língua de gente?

sábado, 26 de janeiro de 2008

you made my cage but i found the key. i'm free

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

31337??

mas quem és tu
guerreiro que não sente
tomar-me nos teus braços
depois
dizeres que não sou gente
que o passado te é indiferente
quando é ele que te sustenta
foi do meu sangue
que bebeste
da minha carne
que comeste
não viveste?
foi do ar que te dei
que respiraste
mais um pouco
por isso te pergunto
quem és tu?
que nem na caneta
sabe pegar
convenientemente
para me teres magoado
tão profundamente?

NP:Thrice - Digital Sea

um dia
um ponto de vista
imagens e emoções
abraçadas
num beijo que às vezes
nem a razão pára

esse dia
serão dias
as imagens associadas
a novos sons
novas emoções
beijos que mudam corações
a vida é violenta
temos nós de ser violentos?
olhar para trás
carrancudos
cinzentos
quando todos nós pisamos este chão
e alguns
não temem olhar para cima

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

^^

CALA-TE E VIVE!

2005/2008

caminho sobre pontes
que já foram destruídas
passeio em salas de museu
com telas rasgadas
olho para montras de lojas
há muito fechadas
as minhas lágrimas
há muito choradas
dos meus olhos
que com os anos
endureceram, secaram
cheios de todos esses nadas
li o mesmo jornal
todos os dias
durante anos
ouvi a mesma canção
todos os dias
tudo o que pôde
ali parou
tudo o que conseguiu
continuou
linhas e linhas
de toda a sanidade e loucura
me passou pelas folhas
pintei todos os meus demónios
e alinhei-os
página a página
eu
posso não saber quem sou
às vezes
mas sou poesia

Papel de Parede

o papel de parede
diz-me mais
que muita gente
olho para o meu cigarro
e o seu fumo
e penso em quem
aqui já fez isso
submisso
ao seu caderno preto
um esquiço
do seu pequeno deserto
da sua travessia no deserto

Este Túnel

Chá
Fumo

e Palavra
A alma toda nova
Deixei algumas coisas
No ano passado
Outras
No que há-de vir
Estou sozinha
Sem estar no escuro
Mesmo não tendo
Porto Seguro
Eu não me censuro
Se eu fosse a mim
Tinha feito o mesmo
Tinha feito assim
A minha ética
Fui eu que a escrevi
Com o que vi
Ouvi e Li
A minha Constituição
Fui eu que a redigi
Entre a rua e o caderno
Entre o Verão e o Inverno
Desde o dia em que caí
Neste túnel que é o Mundo..

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Lisboa

o caminho estreita-se
desenha-se
o nevoeiro desce
adensa-se
a noite instala-se
a cantora na sala ao fundo
chega à nota mais alta
alguém se arrepia
riu-se aquela boca
que há muito não ria
a garrafa ficou vazia
alguém desligou a luz
quando acabou o dia
o nevoeiro descia
luzes na cidade suja
plena de movimento
constante
perpétuo
em Lisboa
nunca se fecha a porta
e arruma o dia

Metro : Parque

desci as escadas
e vi aquela frase
perdida
deixada
esqueci-a também
para quando puder ser recuperada